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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

PRECOCIDADE





A certa idade, que varia segundo as pessoas mas que se situa por volta dos quarenta, a vida começa a parecer-nos insípida, lenta, estéril, sem atractivos, repetitiva, como se cada dia não fosse senão o plágio do anterior. Algo em nós se apaga: entusiasmo, energia, capacidade de fazer planos, espírito de aventura ou simplesmente apetite de prazer, de invenção ou de risco. É o momento de fazer uma paragem, reconsiderar a vida sob todos os seus aspectos e tentar tirar partido das suas fraquezas. Momento de suprema eleição, pois trata-se, na realidade, de escolher entre a sabedoria e a estupidez.

Julio Ramón Ribeyro, in Prosas Apátridas, trad. Tiago Szabo, Edições Ahab, Abril de 2011, p. 67.
 

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2 comentários:

sonia disse...

A mim isso aconteceu mais tarde, aos 60. Mas aconteceu, e desde então estou redimensionando a minha vida para que fique suportável!

Karen disse...

Muito bonito, triste e verdadeiro isso. Será que sou precoce? Ainda não cheguei aos 40... Espero que não.