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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

a mais vil de todas as necessidades...






Coloco um texto de Fernando Pessoa, de O Livro do Desassossego, o qual pretendo seguir de agora em diante.  Que seja meu propósito para o Ano Novo:

349.
A mais vil de todas as necessidades - a da confidência, a da confissão. É a necessidade da alma de ser exterior.

Confessa, sim; mas confessa o que não sentes. Livra a tua alma, sim, do peso dos seus segredos, dizendo-os, mas ainda bem que os segredos que digas, nunca os tenhas tido. Mente a ti próprio antes de dizeres essa verdade. Exprimir é sempre errar. Sê consciente: exprimir seja, para ti, mentir.


Muitos já vivem isso. Não é possivel que haja tanta gente feliz! Agora será a minha vez! Conseguirei, com certeza!!!

Só o Fernando Pessoa me entenderia hoje, mas ele já morreu!!!

sábado, 29 de dezembro de 2012

o tamanho da cruz





Não me lembro se já escrevi sobre isso aqui no blog.

Um dia fui a um Tarólogo que também é meu amigo, e no final da consulta, ele já me acompanhando até o elevador, queixei-me de que sinto que minha cruz às vezes é pesada demais e tenho a sensação de não poder carregá-la. Naquela época eu vinha passando por uma série de contratempos que me deixaram desenergizada e com um alto nível de estresse. Ele olhou-me com um ar complacente, de quem tem vontade de ajudar e contou-me uma historinha, que até hoje serve-me de motivação para não me queixar da vida, apesar de meus desabafos eventuais, coisa que faço geralmente no blog, para não perturbar muito o dia a dia dos meus parentes e amigos.

Contou-me ele que um homem, já cansado de tanto sofrimento, sem forças para tocar a vida, ao se deitar uma noite, pediu a Jesus que o fizesse sonhar com um remédio para curar seu mal. Eis que ao acordar o homem lembrou-se do sonho, que era mais ou menos assim:  estava ele frente a frente com Jesus, a quem  contou seus problemas. Jesus disse: siga-me que quero mostrar-lhe uma coisa. Encaminhou o homem a um grande depósito, onde havia uma porta de entrada que foi aberta para que os dois passassem. O homem ficou estarrecido com o que viu: cruzes de todos os tamanhos e materiais se empilhavam pelas paredes e muitas pelo chão. Algumas eram muito grandes, outras um pouco menores e Jesus disse: faça como desejar. Se quiser trocar sua cruz por qualquer uma outra dessas, farei com que sua vontade seja satisfeita. O homem olhou, examinou e avaliou se iria valer a pena, já que todas pareciam pesadas também. Finalmente já iam saindo quando o homem teve a idéia de olhar atrás da porta que foi aberta quando eles chegaram, e viu uma cruz bem pequena, que parecia fácil de levar. Ele imediatamente apontou aquela cruz e disse a Jesus: quero aquela!!! Jesus olhou para o homem e falou: mas essa é a sua cruz!


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

FELIZ NATAL AOS QUE ME VISITAM!






A todos os que têm visitado meu blog e aos tantos que têm paciência de ler os textos, deixo aqui meus votos de um FELIZ NATAL!
Passei este Natal na Santa Paz de Deus, sem contratempos,na companhia dos meus filhos e até a ceia que preparei ficou muito gostosa. Senti uma harmonia grande entre nós e agradeço aos céus por ter dois filhos que só me fazem ver que apesar de tudo, minha vida tem sido abençoada e valiosa!

RECORDAR É VIVER...PRA QUE?

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Acabei de ter um insight: a razão pela qual as pessoas idosas são mais depressivas e tristes é que - não há como evitar - têm lembranças de toda uma vida e nisso estão incluidos os que já se foram, as pessoas queridas, com as quais não podemos mais rir, nos divertir, conversar. Sobra o presente que nem sempre é um tempo de verbo agradável para quem é idoso. Há as dores e doenças da idade, que procuramos disfarçar com remédios e boa vontade, há até os que se apegam a alguma religião, na esperança que isso lhes dê algum alento, mas a verdade é que na solidão dos dias e noites, nosso pensamento está sempre voltado aos entes queridos que já se foram e isso faz com que a morte não se nos afigure tão trágica assim, se pensarmos que até pode ser que iremos celebrar o encontro com todas as pessoas amadas que já se foram.


Todo final de ano é a mesma xaropada: a minha alma fica sensível como um nervo exposto e começo a sentir coisas que deveria deixar bem escondidas num canto. Isso não ajuda em nada!

sábado, 22 de dezembro de 2012

O PIANO






Ia descansar um pouco depois do almoço, mas uma lembrança me veio à memória, talvez estimulada pela bela música que ouço agora da cama, lá no computador. Minha música predileta está no site  http://www.sky.fm/play/mellowjazz e nem preciso mais gravar músicas. Ali há o que mais aprecio.


Veio-me à memória um fato que talvez explique porque não dei continuidade ao meu talento para música. Sou afinadíssima, toco qualquer música com a mão direita, ou  seja, o solo, mas na hora do acompanhamento me falta o estudo. Acabei não dando continuação ao estudo da música e o fato que vou narrar explica em parte porque foi assim.


Ainda criança (ao redor de 8 anos de idade) eu sonhava em ter um piano e o orçamento doméstico não me permitia sonhar alto. Acabei ganhando afinal um piano pequeno, de madeira clara, lindinho, que foi colocado na sala de visitas e eu nem dormia direito pensando na hora em que iria sentar-me no banquinho que acompanhava o instrumento e iniciar minhas aventuras musicais.


Um dia, ou melhor, foi uma noite...recebemos a visita de uns amigos de meus pais que tinham dois filhos. O mais novo deles (para mim até hoje, é a figura do próprio capeta encarnado) resolveu experimentar as teclas do meu querido pianinho. Tanto fez que conseguiu quebrá-lo. Batucou como um desgraçado, e ao sair da nossa casa eu vi que as teclas estavam empenadas, ou seja, ele destruiu o teclado.


Meus pais não reagiram como eu desejava. Deveriam ter pedido aos pais dele que  providenciassem o conserto.Em resumo, depois daquela noite fatídica fiquei sem o piano, que se tornou um móvel sem utilidade na sala e foi logo mandado ao lixo, se não me engano. Algo em meu cérebro se nega a recordar o que foi feito dele, e até hoje não perdoo meus pais pela displicência com que trataram o caso.


Como vocês podem ver aqui no meu blog, tenho muitas mágoas e ressentimentos mal resolvidos em relação a alguns eventos da minha vida e não resta outra coisa além de comentar sobre eles.


Tempos depois ganhei um violão do meu querido avô, no qual aprendi sozinha a tocar muitas músicas, cheguei até a solar algumas, e muitos anos depois, nos primeiros dias de casada,  fiz uma demonstração de meu talento ao hoje ex-marido, solando "besa me mucho". A reação dele foi zero: ouviu a música e não disse uma só palavra ao final da apresentação. Resultado: guardei o violão no fundo do baú e nunca mais toquei nada. Ficaram os cadernos (que tenho até hoje) e uma grande mágoa por não ter sido incentivada nos meus pendores musicais.


Hoje me contento em ouvir (enquanto a natureza não me deixa surda) e curtir a música aqui no meu computador. Não me arrisco a aprender novamente, temerosa de que alguém me corte a onda.


Sempre houve alguém interferindo nos meus maiores sonhos, de maneira a impedir que se tornassem realidade. O que será isso?


Não possuia a força de bater de frente com a autoridade, e hoje vejo que isso só me prejudicou. Observo crianças rebeldes e desaforadas, (não me refiro às mimadas, que abomino) que enfrentam pais e professores para defenderem um sonho, por mais absurdo que seja,  e as invejo de coração!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

SOU FEITA DE MATERIAL IMPRÓPRIO PARA RESISTIR AO MUNDO



http://photo.net/


Marcou-me a ferro e fogo um evento acontecido na infância, entre tantos outros, quando ao defender minha irmãzinha, na época com 4 ou 5 anos de idade (eu com 14 ou 15), dei um safanão no braço da amiguinha dela, (da mesma idade de minha irmãzinha) que havia lhe dado um tapa no rosto. Isso foi muito rápido, nem pensei no que fiz, pois senti uma dor grande ao ver a marca vermelha no rostinho tão lindo daquela querida irmã, que viria a morrer tragicamente aos 19 anos.

Pouco depois de chegar em casa, vi que minha mãe recebeu a "visita" da mãe da garota, se queixando de que eu, uma grandalhona, devia ter vergonha de atacar uma criancinha. Escondida no quarto e chorando de medo e vergonha por ter feito aquilo, só esperava pela bronca que viria.

Veio mais. Veio o que eu nunca perdoei na minha mãe. Ela me forçou a ir até a casa da vizinha e pedir desculpas à mãe da garota. Fui num estado de espírito difícil, diria impossível  de ser descrito: um misto de ódio, humilhação e raiva de ter que me submeter a algo que achava injusto. Senti que não iria conseguir desempenhar a tarefa solicitada.  Percebo hoje, mas não na época em que ocorreu o fato, que eu era dotada de uma grande timidez. Ser exposta e ainda ter que balbuciar a palavra "desculpa", sem sentir isso dentro do coração, foi uma das coisas mais estúpidas que me aconteceram.

Há muitas formas de se conseguir as coisas de uma pessoa. Nunca forçá-las no ponto em que se sabe que a pessoa vai ser violentada. Senti-me violentada, acreditem. Nunca mais consegui tolerar autoridade. Depois daquele dia o mundo ficou mais feio. A lição de moral que minha mãe tentou me dar, fracassou totalmente.

Será que isso me deixou arredia a ponto de ter dificuldades em lidar com crianças? Quando vejo uma criança sofrer maus tratos ou injustiça, fico num estado de paralisia mental, não consigo me mexer. Se eu agir pode ser que caia de pau na pessoa que fez sofrer uma criança.

domingo, 16 de dezembro de 2012

como superar essa dor?








O que fazer com a dor de perder um filho, uma filha, como aconteceu no massacre de Connecticut? Estou muito abalada com o depoimento de um pai, cuja filhinha, Emilie, morreu nesse massacre. A dor desse homem passou de uma forma tão vívida pela tela de minha TV, que me deixou acabada nesse domingo. O rosto, a expressão dele, a maneira como falou da filhinha, como se ainda estivesse viva em alguns momentos, deixou-me comovida.  Já passei por uma grande perda, e sei o que se sente. Fica-se num estado indescritível, onde nem sabemos de onde vem a força para falar sobre o assunto que nos assola a alma.


Estou me solidarizando com todas essas famílias, cuja dor é um pouco minha também. Peço que tenham muita força nesse momento, e que atravessem esse caminho espinhoso com muita paz e esperança de que em suas almas chegue algum conforto espiritual, pois nada nem ninguém podem substituir a perda de um filho ou uma filha.
 Abaixo reportagem de hoje em notícia de jornal sobre o caso que me comoveu bastante e que foi motivo deste post.

O pai de uma das meninas mortas no massacre de uma escola primária no Estado americano de Connecticut na última sexta-feira contou que teve a última conversa com a filha em português.
"Ela me disse 'Bom dia' e perguntou como eu estava. Eu disse que eu estava bem", disse neste sábado Robbie Parker, de 30 anos, que perdeu sua filha Emilie, de seis anos, na tragédia.
Em lágrimas, Parker contou a jornalistas que estava ensinando o idioma à menina.
Ele acrescentou que Emilie também lhe disse "Eu te amo" em português, e os dois se beijaram antes de saírem de casa rumo à escola na manhã da última sexta-feira.
Parker acrescentou que a filha era uma "artista excepcional" em fazer cartões e desenhos para pessoas que precisassem de conforto.
"Ela sempre tinha uma palavra doce para confortar todo mundo", disse.
Segundo Parker, sua filha, se estivesse viva, seria uma das primeiras pessoas a tentar ajudar os familiares das vítimas.
Ele agradeceu a todos que lhe ofereceram condolências e também lamentou o sofrimento dos parentes do atirador, identificado como Adam Lanza.
"Não posso imaginar o quão difícil deve estar sendo para vocês", afirmou Parker, referindo-se à família do autor dos disparos.
Parker disse ainda que Emilie era a "melhor amiga" de suas duas irmãs mais novas, e que ela estaria ensinado as meninas a ler.
"Elas sempre pediam ajuda de Emilie quando precisavam de conforto", contou. "Era tão bonito ver essa atitude...como elas recorriam a irmã para procurar apoio, além de beijos e abraços".
 

sábado, 8 de dezembro de 2012

A CORAGEM DE ENXERGAR O QUE É NECESSÁRIO!






Posso até dispensar uma amizade, o que não consigo aceitar é falta de lealdade.


Tive que colocar às claras o assunto que me incomodava toda a vez que dele me lembrava, e foi bom. Foi muito bom!


Preciso tirar as pessoas de quem gosto muito, do pedestal em que as coloco. Ninguém é tão especial assim. Somos todos humanos, Mas uma coisa que não consigo digerir é deslealdade, pouco caso. Como não sei pagar com a mesma moeda, resolvo a questão de outra forma. Continuo querendo bem, não alimento qualquer desejo negativo (seja de vingança, raiva, etc.). Apenas atenuo a importância da pessoa em meu coração, ou seja, ela se torna tão importante quanto qualquer outra.


E descobri que quando faço isso não sofro por tê-lo feito. Só fico um pouco triste comigo mesma por ser tão ingênua e achar que os outros possam me ter em consideração como os tenho.


Para mim amizade é coisa sagrada. Mas descobri outra coisa: sagrada não é a pessoa, sagrada é a amizade! Às vezes até os amigos têm que ser reciclados, trocados por outros. Porque o que interessa é o valor da amizade mais do que permanecer com uma pessoa por hábito (já é sua amiga há tantos anos...) e deixar de ver a realidade que está bem à sua frente.


Como é bom aprender! Melhor ainda é aprender sem sofrer, apenas pela reflexão, pelo discernimento.


Hoje lembrei-me daquele ditado, não sei quem é o autor: "perco o amigo mas não perco a piada".


Pois é: eu perco o amigo mas não perco a lealdade para comigo, não perco os nobres valores que cultivei no coração a duras penas...não dou aos outros o direito de os destruirem!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

CONSULTA AOS MESTRES




Não posso mudar algumas coisas, como: o lugar onde nasci e vivo, pois é aqui que teci a malha de minha vida, onde está a minúscula família a que tive direito. Mas posso alterar meus pontos de frequência. Difícil encontrar algo de boa qualidade na cidade onde moro, mas acredito que as possibilidades são grandes para o campo invisível, a fonte de onde partem as soluções para as situações mais embaralhadas e aparentemente sem solução.Preciso consultar meus orientadores espirituais para que me indiquem uma forma de viver na qual eu consiga ficar à parte dessa mediocridade que vejo no mundo que me rodeia.
Tenho tolerado com ânimo forte uma série de coisas que há alguns anos não toleraria. Hoje penso que ficar inventando formas de me afastar daquilo que me perturba é como ficar dando voltas no próprio rabo. Não resulta em nada mais que um intenso estresse.
Tenho dois motivos importantíssimos para não esmorecer: meus dois filhos! A eles sou capaz de oferecer o que de melhor posso e tenho e renunciar às aparentes maneiras de se viver uma vida mais distante das mazelas de uma cidade onde o que tem sucesso é tudo o que derive de um nivel de vida ao qual eu não me acostumarei nunca. Isso está no meu DNA. Minha mãe tinha o mesmo problema. Chamem de depressão ou como queiram (não tomo e nunca me anestesiarei com anti-depressivos), eu tenho um entusiasmo pela vida que só não é maior porque é vivido sozinho. Sou responsável por tudo o que diz respeito à minha vida particular, pago minhas contas, faço as compras, arrumo e limpo o ambiente em que vivo, estou sempre em busca de melhorar aspectos da vida que podem ser melhorados (tanto no campo material como metafísico) e posso dizer que faço minha parte com maestria (até os remédios são tomados nas horas devidas, sem esquecimento).
Meu defeito é não ter conseguido apertar a tecla "f..."  Sinto o efeito perverso de quem me rodeia, às vezes pessoas a quem nunca tratei mal querendo me prejudicar. Procuro me dessensibilizar no trato com os humanos, já que não posso prever quando e com que força virá a próxima patada.
Tenho casos para contar que encheriam um livro, apenas de pessoas que ferem por ferir...nem vou procurar descobrir qual a intenção delas.
Hoje estou me sentindo como muitas vezes meus irmãos de alma ( Pessoa, Kafka e Clarice): uma certeza da inadequação a este mundo.

Mas isso passa, afinal não sou um ET, preciso aprender a viver feliz aqui, que é onde me colocaram.