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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

um antúrio que sobe pelas paredes



foto da internet (autor desconhecido)




Uma vez eu vi uma casa que me impressionou muito por um detalhe. Suas paredes por dentro eram pintadas de branco e por elas subia, nos cantos, uma folhagem de um verde escuro que começava no chão, subia até o teto e continuava seu caminho pelo ângulo entre o teto e a  parede. O efeito que isso fez em mim foi tão forte que desde aquele dia (eu devia ser adolescente) prometi a mim mesma que "felicidade era ter uma sala com aquela planta subindo pelas paredes". 

Hoje, forçando a memória, não consigo me lembrar em que lugar vi essa casa ( talvez numa praia) e nem de sua proprietária ou proprietário . Para mim era o máximo da felicidade ter aquela arte natural feita pela planta nos ângulos daquela sala. 

Não encontrei a folhagem a que me referi no texto, mas era mais ou menos como a da foto, só que as folhas eram mais estreitas, sem as estrias brancas.

Fica a recordação, mas eu achar essa planta volto aqui para postar a foto.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

bom conselho






Nunca bases tus decisiones de vida em los consejos de personas que no tienem que lidiar con los resultados". 

sábado, 16 de novembro de 2013

Nosso lugar de força


Há muitos anos li esse livro e fiquei fascinada, na época. Não sei que efeito me faria agora. Só me lembro que algumas coisas ficaram fortemente registradas na memória. Lembro-me de que Castañeda falava a respeito de um local sagrado, onde era preciso estar de tempos em tempos para se adquirir uma força extraordinária. Esse lugar teria que ser descoberto com a ajuda do mestre e havia muito trabalho interior a ser feito para se saber qual era "o seu lugar de força". 

Tenho visto no comportamento de minha cachorrinha (a quem no post anterior me referi como uma "enviada por Deus") alguma coisa relacionada a esse "lugar sagrado de força". 

Desde que me mudei para este endereço há uma preferência dela por um local que fica sob as escadas dos fundos da garagem, que dão acesso às dependências onde cada morador tem direito a um espaço para guardar suas "tranqueiras". 

Sob a escada houve uma tentativa de plantar grama, mas por não tomar sol direto a grama transformou-se numa palha seca, que mais lembra a manjedoura do Menino Jesus. Minha cachorrinha escolheu um lugarzinho nesse tapete de grama seca e de vez em quando me guia até lá e deita-se num cantinho. É sempre o mesmo cantinho. Eu fico sentada num dos degraus da escadaria esperando ela "curtir" um pouco aquilo.

Bem, hoje pela primeira vez ela me chamou, fazendo sinal com a cabecinha para descer. Eu estava esquentando meu almoço mas desci até a garagem, vi que ela ficou por ali. Subi novamente e minutos mais tarde cadê a Juju? Fui direto à "manjedoura" da menina e ela estava lá, numa boa, pela primeira vez sozinha, sem contar com minha companhia. 

Acho que ela encontrou "seu lugar sagrado de força". ! Oxalá!

presente de Deus

Nunca senti Deus manifestado tão nitidamente em alguém como na minha cachorrinha. Ela me comove e me convence de que o amor existe da forma como eu entendo que deve ser o amor.
Estou preenchida de bençãos. Não necessito de mais nada.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A mente




fonte: internet  



Refletindo sobre as funções da mente e deduzindo, por tudo o que já se falou a respeito, que é lá que se abrigam os pensamentos, percebe-se mais ainda, que os pensamentos são "o alimento" da mente. Como a lenha é o alimento de uma fornalha, os pensamentos mantém a mente sempre funcionando. 


Já observamos que para algumas funções precisamos dessa útil ferramenta: fazer contas, calcular os riscos de certos negócios, atitudes, memorizar dados, planejar o que desejamos fazer, enfim, uma série de coisas que seriam impossíveis sem o auxílio de nossa mente.

Mas o que percebo é que grande parte da humanidade já tomou conhecimento também de que a mente é geradora de infelicidade. Partindo do princípio de que ninguém busca ser infeliz, há um movimento (às vezes inconsciente) em busca de um estado de não-mente para que consigamos ter a tão almejada paz. A mente gera desejo, um atrás do outro, é como o burro correndo atrás  da cenoura. Os desejos só mudam de nome e de intensidade. Mas são a lenha dessa fogueira que não se apaga nunca.

Reparem: todas as vezes que nos sentimos perturbados, insatisfeitos, ou aborrecidos de alguma maneira, quem produz isso? A mente. 

O ideal do ser humano é atingir o estado de não-mente, que certos yoguis e mestres espiritualistas seguem com certas técnicas e às vezes passam quase toda uma vida em busca desse estado que dizem, é o nirvana, é o paraíso neste mundo.

Alguns de nós já tivemos relances de sensação de não-mente. Durante uma meditação, ou mesmo em momentos os mais inesperados. Eu mesma já fui invadida por esse breve estado de bem aventurança, que chega sem se saber porque e vai embora assim como chegou. 

O problema é que isso acontece por alguma razão que está situada  fora da mente e não temos acesso a qualquer dica de como achar o caminho de volta  até esse divino estado.

Por isso considero que a maior escravidão neste mundo é a mente. Acontece que grande parte da humanidade gosta e acha muito bom viver com ela sempre presente. Não sentem a menor necessidade de experimentar outra condição da consciência. Serão eles mais felizes? Só poderemos afirmar que sim se considerarmos que a  felicidade está na ignorância. 

Quem quer viver em toda a sua potencialidade (e já percebeu que existe mais além da mente) não se satisfaz com pouco, mas tem um alto preço a pagar. 

Aprender a lidar com a paciência e frustração de não saber o caminho é para poucos. Andamos às cegas neste mundo e quando estamos quase desistindo de tudo, eis que um relâmpago risca o céu escuro da nossa alma e percebemos que não vale a pena desistir da busca. Só não sabemos como e onde buscar...


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Essa tal de "felicidade"





foto do Parque Celso Daniel tirada por mim há 3 anos



Assisti a um programa na TV Globo, dizendo sobre essa tal de felicidade. Deram exemplos de pessoas e povos que são mais felizes por isso ou aquilo.

Reservo-me o direito de discordar totalmente do que foi exposto nesse programa. Aliás, acho que produziu mais mal do que bem às pessoas. 

Pelo que tenho vivido e observado (e agora estou falando da minha própria experiência), não precisei de nada daquelas fórmulas que eles indicam para adquirir a tal da "felicidade", que é um termo que como "amor", "fé", etc., não deveria ser usado genericamente. É assunto de foro pessoal e íntimo. Cada um sabe de si e apresentar fatos e depoimentos como se fossem "receitas de felicidade" só vão levar mais ansiedade e frustração às pessoas.

Saber o que é bom para cada um de nós é tarefa pessoal e intransferível. Há que se viver num estado de consciência cada vez mais afinado, percebendo o mundo como ele é e tratando de se colocar disponível para aprender com tudo o que pudermos enquanto estamos por aqui. Aos poucos o caminho vai se mostrando mais claro. 

Acontece que as pessoas têm pressa de obter essa tal de "felicidade", como se não sentir-se pleno de bem estar fosse algo vergonhoso que deveria ser escondido a sete chaves. A sociedade é muitas vezes cruel para com os seus membros e há uma sutil satisfação em mostrar-se "feliz", com "tudo em cima", basta ver as redes sociais e as fotos das pessoas que se reunem  em família, mostrando todos os dentes num sorriso avassalador. Isso só convence os tolos. 

Dizer que uma senhora com mais de 60 anos é feliz PORQUE  arrumou um parceiro tão idoso quanto ela e sai por aí dançando todas e dizendo que é feliz, pode ser um desses exemplos aos quais me referi acima. No mínimo o casal deve ter postado uma foto nesses sites onde cada um dá um "show de felicidade" maior que o outro.

Pois eu digo que há uma falta de respeito com pessoas que são mais introspectivas, não gostam de sair "balançando a roseira" por aí, têm hobbies mais discretos (como ler, escrever, conversar com algumas pessoas dotadas de uma certa sabedoria) e que nem por isso são infelizes. 

Cada um sabe de si. O mundo está ficando muito big brother, e o pior é que as pessoas se sujeitam a participar desse circo. Sabem como matam siris? Colocam os bichos dentro de um caldeirão com água fria e ligam o fogo. Os coitados morrem sem perceber. Há muita gente que já está dentro desse caldeirão da ditadura e nem percebeu...

Eu não vou dizer aqui sobre minha felicidade. Não interessa a ninguém. Só a mim. E posso garantir que aprendi muito bem a cuidar de minha vida. Dos exemplos mostrados no programa da Globo não há um que sirva para alguém  que queira se feliz.

O caminhar consciente já é suficiente para nos mostrar como viver bem. É só fazer um pequeno esforço. O resto é marketing...

Apenas uma dica que considero relevante: para saber se você está se saindo bem nesta vida, basta consultar seu coração e observar se dele está germinando a semente do amor e da compaixão. Essa sim, pode ser a resposta.



sábado, 2 de novembro de 2013

...basta um perfume...





varanda da casa (passei bons momentos lendo Proust nessa rede)




Às vezes basta um perfume, um cheirinho de alguma coisa que já experimentei há anos passados e eis que surge todo um mundo de volta.
Hoje ao lavar a louça do almoço, não sei se pelo fato de estar batendo sol na pia (e isso me agrada muito), minha mente voltou num átimo de segundo para o tempo em que tinha uma casinha na praia aonde costumava ir nos finais de semana. Foi lá que vivi os melhores momentos da minha vida. Lembro-me bem que até lavar a louça do almoço (costumava cozinhar pratos à base de peixe e frutos do mar), trazia um conforto na minha alma que nem dá para descrever. É como se entrasse uma brisa fresca e me inundasse inteira de felicidade. Sentia-me leve, como se pudesse flutuar pela casa. 
São tantas as lembranças boas das sensações que a natureza me proporcionou naquele recanto encantador que quero não apenas recordá-los, mas tentar partilhar com todos os que conseguem captar o que estou descrevendo. Essa sensação ficará para sempre. É só eu estar em silêncio e trazer de volta as imagens que fizeram parte da experiência.