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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

RECORDAR É VIVER MELHOR!

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Dizem que recordar é viver. Descobri que pode ser viver melhor ainda o que já se viveu, porque já temos mais experiência para observar enquanto se revive o fato. A mente é um mistério para nós e continua sendo assim. Se você pensar o que acontece durante os sonhos, sente que enquanto sonhou viveu "de verdade" alguma história. Quando acorda, se tiver sorte, pode capturar essa história e sentir como se fosse fato que realmente aconteceu. Mas nem precisamos sonhar enquanto dormimos. Podemos fazê-lo acordados mesmo, é só uma questão de capturar algum insight que venha de repente, sem aviso, e antes que ele se vá, demore-se nele o suficiente para senti-lo como vivendo novamente o fato. Tem acontecido às vezes comigo e hoje foi sobre a adolescência e as sensações de vida em turbilhão que acontecem nessa fase. Felizmente não recordei a parte triste dessa idade, que é trágica para muitos e no meu caso não foi diferente. Mas abriu-se um portal que me levou a uma sensação que poderia ser considerada como real, pena que durou frações de segundo. Nesses momentos acredito que temos um arquivo secreto cuja chave aparece uma ou outra vez e se estivermos atentos podemos abrir uma gaveta e captar a coisa de forma tão nítida que chegamos a sentir o "cheiro" do ambiente que nos é trazido à memória.

É isso, a vida é instigante para quem se interessa por ela.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

A lagartixa

Não mate a Lagartixa, aprenda afasta-las para o lugar certo ...


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Conversando ontem com uma vizinha idosa, que também mora sozinha, disse ela achar minhas cachorrinhas muito bonitas. Perguntei se também tinha alguma cachorrinha. Negou. Comentou que se sente muito só e já pensou em adotar um animalzinho para lhe fazer companhia. E o que falou a seguir me deixou perplexa e comovida. 

"Sabe, dona, outro dia eu achei uma lagartixa no meu apartamento e por dias seguidos conversava com ela. Já estava acostumada com a sua companhia quando de um dia para o outro ela sumiu". 

Eu nem sabia o que dizer. Disfarcei meu espanto e sugeri que se um dia ela tiver disposição para cuidar de um pet eu posso ajudá-la, pois conheço alguém que faz um trabalho voluntário e tem muitos cachorrinhos para doar.

A que ponto chega o ser humano na velhice. Uma lagartixa já serve como companhia. É quase como falar com as paredes!!!

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

O TEMPO NÃO EXISTE: É A QUARTA DIMENSÃO DO ESPAÇO!

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Agora entendi porque Drummond não escrevia sobre sua infância no particípio passado. Para ele a infância era tão tangível que se referia a fatos vividos na época em que era criança como se tivessem acabado de acontecer. O tempo não interferia no processo.

Sinto isso também, embora não seja poeta. Acho que por esse motivo fico sempre um pouco chocada quando alguém se refere a mim como uma senhora idosa. Nunca me senti uma "idosa". Minha cabeça está viajando por toda uma vida que vivi e passa de uma cena à outra sem espaço de tempo. É tudo sentido e vivido como se tivesse acabado de acontecer. Claro que os sintomas físicos da velhice já se fazem sentir, às vezes de uma forma que chega a me irritar. O corpo quer ir mais longe e o cansaço e dificuldade para um movimento mais intenso me impedem e me aborrecem. 

Mas sinto que se não tiver problemas mentais eu vou trazer sempre comigo a minha vida inteira!!!

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Numa peixaria no Mercado Municipal de Santos...

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Nunca façam o que se segue com seus filhos. NUNCA!!!

Eu devia ter 3 ou 4 anos, tinha a mania de descer do carro junto com meu pai, toda vez que ele parava para ir a uma farmácia, mercado, enfim, qualquer lugar.

Um dia parou numa peixaria do Mercado de Santos, desceu do carro entrou na peixaria, perguntou alguma coisa e logo saiu pela entrada lateral. As duas entradas eram divididas por uma coluna de alvenaria. Eu corri atrás e quando vi que ele saiu pela outra porta, tentei alcançá-lo mas ele, rapidamente entrou no carro, deu a partida e foi embora. Eu fiquei na calçada gritando como uma desesperada e até hoje me lembro da cena de horror. Achei que nunca mais ia ver meus pais. Os lojistas todos correram à porta de seu comércio, assustados com o que estava acontecendo e gritavam para meu pai voltar. Ele deu marcha-a-ré e voltou para me pegar. Disse que foi uma lição para eu aprender a ficar no carro quando ele descia para ir a algum lugar.

Com isso ele deixou de ser amado por mim. A partir daquele evento de horror, passei a ter dois sentimentos por ele: medo e respeito. O segundo era apenas consequência do primeiro.

Não sei se foi a partir daquele dia, nunca mais confiei em homem algum.

sábado, 9 de julho de 2016

Porque não gosto da memória

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Acho que me identifico com autores que falam dos dramas da alma humana. Embora inventem uma história, fazem-no para encaixar alguma coisa pessoal que fica melhor se dita de forma a despertar interesse; e nada como uma boa história para contar sobre si e os desafios que a vida representa para todo ser humano.

Clarice Lispector, Fernando Pessoa e Franz Kafka, entre alguns outros, são escritores que me preenchem a alma. Falam-me direto ao coração, deixam-me sempre com uma sensação de que encontrei um irmão, uma irmã de alma. 

Talvez por isso não me esforço para dizer alguma coisa, quando vejo que eles já disseram quase tudo. O fio da vida é o mesmo, o que muda são as contas que se enfiam nesse cordão. A cada um foi dado viver seu desafio, escolher o sentido da vida, criá-lo mesmo, para enfrentar todos os momentos. 

Viver não é tarefa fácil, e penso que quem sabe colocar em palavras o que lhe vai à alma, tem a vantagem de aliviar a tensão de existir. Sempre nos resta o passado a recordar, queiramos ou não. E aí reside todo o problema. Se conseguíssemos estar sempre no presente não existiriam escritores, a vida seria uma sucessão de eventos, descartados logo após alguns instantes de presença em cada um de nós. Mas a memória é o grande calcanhar de Aquiles. É aí que começa o peso. Já não conseguimos mais a leveza de simplesmente existir. E corremos atrás de algum filósofo, algumas vezes psicólogo e até psiquiatras, quando a coisa começa a ficar insustentável.

Deixar a carga para trás é a sabedoria de quem escolheu viver bem. Não se prender a ideologias, religiões, padrões, apegos, é o que precisamos para viver bem.

Ainda não consegui fazer minha alma parar de mastigar o chiclé cansativo e amargo que insisto em não cuspir fora.

sábado, 25 de junho de 2016

CHIP PARA OS SONHOS

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Quanta coisa me foge se eu não corro até o computador e registro o que me vem à mente...

Estava pensando no quanto de material precioso se perde nos sonhos, que esquecemos logo depois de acordar. Ao menos comigo acontece de viver em ambientes tão diversos do que eu vivo na vida física, acontecem coisas tão bizarras, absurdas, que acho injusto não haver, com todo o avanço da ciência, um tipo de chip que pudéssemos introduzir no cérebro e gravasse como num arquivo de computador, todos os nossos sonhos. 

Acho que ainda vamos chegar a isso. Ao menos se existir alguém tão fascinado por sonhos como eu e que possa transformar esse material diáfano e misterioso em registros gravados para nossa apreciação posterior.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

uma felicidade que não se repete








Aqui sempre escrevo movida por alguma emoção ou reflexão sobre certos assuntos que me chegam de repente. Nada é programado.
Agora mesmo, ao colocar uma toalhinha de mesa de molho no sabão, lembrei-me de que a forma que tenho para honrar a memória de uma pessoa querida que já se foi é, além de rezar por sua alma, cuidar do material que herdei. Pequenas coisas que guardo com carinho e uso diariamente fazem uma conexão com o espírito de minha tia. Não posso afirmar nada, mas sinto que o amor que tenho por ela permanece até agora (amanhã faz 2 anos que partiu) e sua lembrança me acompanha e me dá alento.

Titia querida, você não poderia (nem eu) ter ideia do amor que semeou em toda a minha vida, desde que nasci. Seu carinho me alimenta até hoje. Sua bondade evitou que eu entrasse em estado negativo de alma, era só procurar sua companhia  para dividirmos uma refeição que eu preparava em minha casa e levava até Santos. O pãozinho que comprávamos na padaria, o cafezinho que tomávamos juntas à tarde, antes de eu voltar para casa, tudo isso me traz uma emoção muito viva e vai ser sempre assim.

Certas felicidades não se repetem na vida. Essa é uma delas. Amanhã mandarei rezar missa para sua alma. Com muito amor, sua sobrinha e afilhada nunca vai deixá-la sozinha. Obrigada por ter feito parte da minha família.


terça-feira, 17 de maio de 2016

o quebra-cabeças de uma pessoa de idade avançada...

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Por que preciso escrever isto? Por que as coisas ficam mais complicadas quando ficamos mais velhos? Claro que muitos irão responder que nossas funções começam a sofrer alterações, caem para um grau inferior e já não podemos acreditar que somos capazes de trocar a tampa de um WC sem drama. Ter que desaparafusar dois pinos que já estavam grudados nas porcas, oxidados e quase impossíveis de serem removidos me fez sentir que quase perdi as impressões digitais do polegar e indicador direitos, de tanta força que fiz com os dedos. Com muito WD40 e um alicate menor emprestado do porteiro do prédio, consegui depois de meia hora, a façanha. Só que meu desespero não terminou aí. A nova tampa era mais complicada de montar do que minha inteligência poderia admitir. Veio com uma peça de plástico preta, comprida, que mais parecia um bumerangue, que não servia para nada como descobri mais tarde. Só não joguei pela janela porque achei que poderia voltar e me acertar a cabeça. Confesso que tive que levar tampa e assento de volta na loja onde comprei e vi que era tudo uma questão de força. Por isso é que para certas coisas só um homem resolve. Eu tenho saudade do tempo em que sem pestanejar pegava na furadeira e providenciava para que os quadros que eu gostava ficassem nos melhores lugares da casa. Hoje não arrisco. Talvez conseguisse, mas prefiro pagar alguém para fazê-lo. Ou deixar as paredes vazias, estilo "clean", que não enjoa nunca...


quinta-feira, 12 de maio de 2016

O BONDE DA VIDA

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A vida corre tão depressa que quando venho ao computador já me esqueci do que queria escrever. De repente, uma necessidade já não é tão importante e até mesmo vai para o território dos sonhos, onde ficam guardadas as lembranças fugazes. Deve haver um lugar onde se escondem todas as lembranças que a memória já não é capaz de conter. Afora alguns insights, tudo o que me escapa não volta mais. Tenho material estocado em algum arquivo inacessível e isso me causa certa ansiedade. Gostaria de recuperar esses arquivos que sinto perdidos para sempre. 

Agora mesmo, enquanto escrevo, alguns fiapos de momentos vividos há mais de 40 anos voltam com força suficiente para que eu tenha a certeza de que estavam guardados numa gavetinha que por algum motivo foi aberta e rapidamente fechada. E então minha cachorrinha começa a chorar como criança, tentando me convencer a dar atenção exclusiva a ela. 

Viver esses dias com uma sensação de que não há tempo para planejar nada, viver sentindo que só devo me atrever a fazer aquilo que vai trazer um pouco mais de conforto aos meus dias, facilitando uma ou outra coisa aqui e ali no lugar onde moro, para que não pague muito caro com grande esforço físico e ao mesmo tempo tenha um ambiente onde me agrade ficar mais tempo, já que a tendência é aprender a gostar do que está mais perto...eis minha principal ocupação. 

Dizem que a velhice é a melhor idade. Quem falou isso estava fora de si. Melhor idade não existe. Na velhice o que podemos é relativizar tudo e assim encontrarmos motivo para não desistir. quando temos saudade da juventude. Verdade é que essa saudade não inclui os dias de sofrimento por coisas que hoje tiramos de letra. Não inclui as angústias que sofremos por falta de habilidade em lidar com nossos sentimentos, fazendo com que funcionem a nosso favor. Queremos absorver tudo, temos pavor de perder o bonde da vida...

Mais tarde vemos que esse bonde continua passando por nós, só que cada vez mais vazio. No final, somos passageiros solitários que temos que aprender a fazer dessa viagem solitária algo interessante. Já não podemos depender de conversas para passar o tempo. O tempo vai ficando cada vez mais precioso, como um vinho raro que tem que ser saboreado em pequenos goles!

segunda-feira, 11 de abril de 2016

SONHO, PERDÃO E LEMBRANÇA...

(imagem da internet)


Sonhei com quem um dia levantou falso testemunho contra mim, prejudicando-me fortemente, numa época em que eu mal tinha forças para me defender.

O mais estranho e inexplicável é que no sonho essa pessoa estava muito amável comigo e eu nem me lembrava mais do mal que ela me fez, a ponto de termos uma conversa amigável. 


Será que entre vivos existe algum processo espiritual que funciona a ponto de fazer com que o meu espírito já tenha perdoado essa pessoa? Porque se alguém me perguntar se isso aconteceu a nível consciente, afirmo que não só não perdoei como nunca pretendo. Essa coisa de perdão é muito esquisita. Seria falso eu dizer que perdoo. Porque quem perdoa é Deus, então não cabe a mim essa tarefa. Uma certeza eu tenho: nunca vou esquecer o fato. A não ser que tenha o Mal de Alzheimer. Aí já é outra história....

segunda-feira, 21 de março de 2016

a cestinha de pão e o conto zen

Ontem olhei mais uma vez para minha cesta de pão, de madeira, feita à mão com serrinha manual,  por meu falecido avô paterno, a qual venho usando desde o falecimento de minha tia (filha de meu avô). Acontece que estava frágil, os encaixes precisando de um reforço e eu achando que dava pra usar mais um pouco. Até que me lembrei do conto zen (abaixo) e decidi picá-la em pedaços e jogar no lixo reciclável. Fiz isso porque a caixinha de pão virou um problema. (tinha 72 anos)


Conto Zen: Apego

04/03/2011 por Aoi Kuwan
Um dia morreu o guardião de um mosteiro Zen. Para decidir quem seria a nova sentinela, o mestre convocou os discípulos e disse:
– O primeiro que conseguir resolver o problema que eu vou apresentar assumirá o posto.
Então, numa mesa que estava no centro da sala, colocou um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa amarela de extraordinária beleza. E disse apenas:
 – Aqui está o problema!
Todos ficaram a olhar para a cena: o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro! O que representaria? O que fazer? Qual o enigma? De repente, um dos discípulos saca da espada, olha para o mestre, dirige-se para o centro da sala e… Zazzz! Com um só golpe destruiu tudo.
– Você é o novo guardião. Não importa que o problema seja algo lindíssimo. Se for um problema, precisa ser eliminado.
Autor Desconhecido

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Injúria


Significado de Injúria

s.f. Ação ou efeito de injuriar.
Jurídico. Ação ou dito ofensivo; em que há insulto, ofensa que prejudica a dignidade de alguém: dano por injúria. 
Ação de violar o direito de outra pessoa; injustiça.
Ação ou efeito de estragar ou danificar; dano.
Medicina. Traumatismo causado por um fator (agente ou pressão) externo.
(Etm. do latim: injuria.ae)

Quando era criança, até os 8 anos de idade morei num certo endereço em uma cidade e tinha vizinhos simpáticos, de quem me lembro vagamente. Havia duas irmãs que eram nossas vizinhas (na época eu tinha uma irmã mais nova que eu 2 1/2 anos) e costumávamos brincar muito.. Uma delas, a mais nova, era da minha idade e tinha um jeito meio estranho de se comportar. Parece que não aceitava o fato de ser mulher. Quando ficou mocinha escondia os mamilos sob a camiseta, colocando um pedaço de papelão para achatar o peito. E nós (eu e minha irmã) loucas para ter seios maiores, que naquela época ainda eram como os de um menino. 

O tempo passou, mudamos de casa, e só fui rever as duas irmãs 50 a 55 anos mais tarde. Cada uma com sua vida estabilizada, uma viúva e outra casada, as duas com netos.

O que me leva a essa apresentação toda foi uma frase desferida pela irmã mais nova, quando visitei as duas juntamente com minha tia (hoje falecida). Sem mais nem menos ela disse: "sua mãe era tão fresquinha, não? sempre toda arrumada, não sei pra que isso". Eu fiquei tão perplexa que não consegui abrir a boca e falar alguma coisa. Poderia ter dito que a mãe dela não era "fresquinha", pelo contrário, era bem masculinizada, e que no Carnaval costumava se vestir de homem e sair na rua no bloco dos sujos (como eram chamados os blocos de rua da época). Mas não sei se fiquei num estado de choque, não consegui proferir uma palavra. Logo pedi à minha tia que fôssemos embora, pois comecei a sentir uma opressão no peito.

Está acontecendo uma coisa que eu não queria: a cena me vem à mente várias vezes, quase todas as semanas. Lembrando disso  é como se eu tivesse ficado em débito com minha mãe. Precisava ter falado algo e não falei. Mas isso me dói. Estou devendo um ajuste de contas com essa pessoa cruel. Não posso deixar que isso perturbe a minha paz. Sei que não é um sentimento nobre, mas chega de repente a lembrança dela dizendo a frase que disse aquele dia e isso dói.

Sei que estou devendo algo à minha mãe. Não é justo que fique assim. 

Peço uma chance de ajustar as coisas. Não quero esse espinho no coração toda a vez que me lembro do insulto recebido sem merecer. Minha mãe não merece ser insultada depois de morta. 

Mamãe, te devo essa!!!


domingo, 31 de janeiro de 2016

VOU VIVENDO...

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Escritor, no meu entender, é todo aquele que cria uma história. A pessoa já nasce com o dom. Se eu quisesse ser uma escritora (e bem que gostaria) teria que ter o dom. Mas não consigo criar histórias. Porque não me desligo da realidade. Acho a realidade rica demais em conteúdos que já propiciam a escrita. Então devo ter talento para escrevinhadora. Porque não sei ficar sem escrever o que sinto, quando o que sinto vai um pouco além do "arroz e feijão" da vida.

Ultimamente tenho tido insights fortes que me intrigam. Quando ouço alguém dizendo que ao morrermos tudo acaba completamente, puff!...acho instigante. Não sei se nunca passaram por uma experiência "fora da mente" ou como queiram chamar quando, do nada, experimentamos um estado alterado de consciência, sem termos tomado LSD ou qualquer outra substância que o valha.

Já tive a experiência por 2 ou 3 vezes, minha mãe também (e me contou perplexa, mas serena) e até pelo que sabemos de relatos de pessoas, não sei se dá para enxergar que tudo "c'est fini" depois que fechamos os olhos. A mim parece que não faz diferença desaparecer de vez, às vezes até desejo isso, Mas há uma força oculta a me propelir para a vida e isso complica um pouco o desapego.

O mistério é tão grande que ninguém, até hoje, me convenceu de nada definido. Sempre fica uma sombra de dúvida.

Vou vivendo...

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

ESCRAVIDÃO DOS NOSSOS TEMPOS



(imagem da internet)


Gosto de algumas coisas muito, de outras pouco e detesto muitas outras. Das coisas que gosto não posso dizer que sou controlada por elas, pois a qualquer momento, outra atividade toma lugar do que falhou. O que não gosto é de me submeter como escrava a alguma atividade ou mesmo ficar viciada em algo. Até o cigarro, larguei no momento mais difícil da vida e nunca mais voltei a fumar, isso há 36 anos. Fumava um maço por dia e gostava de fumar. Digo isso para contar o que me aconteceu ontem e que me deixou em puro desgaste emocional. Não achei que seria tão afetada por simples contrariedade. 

Bem, andei mexendo onde não devia no meu notebook e de repente eis que perdi minha conta no bendito (às vezes maldito) Google. Fiquei sem saber o que fazer. Criar outra conta e avisar a todos os meus contatos que meu email seria outro? Não, isso é que não. O fato de ter esquecido minha senha provocou esse reboliço que me estragou a manhã, como se uma nuvem negra tive pousado na sala. Meu humor foi a zero, houve um transtorno no meu estado de ânimo a ponto de eu não pensar em outra coisa, a não ser resolver o problema imediatamente. Só que para isso precisaria lembrar da maldita senha. Folheei cadernos e no meio de umas garatujas acabei achando uma senha ....e pimba! Era ela. Recuperei a conta e o bom humor. Foi como se me tivessem tirado um peso enorme das costas.

Analisando friamente a situação, fiquei perplexa como não sou coerente. Ao mesmo tempo que não gosto de nada que me domine, acabei concordando que algumas coisas me arrasam se deixam de funcionar. Não sei se por não ter muitas chances de distração a essa altura da vida (causas físicas impedem uma circulação mais ampla pelos locais que gostaria de visitar), a verdade é que não sou daquelas que se distraem fazendo trabalhos manuais, então confesso que adoro internet e explorar mundo afora a partir do quarto do computador é um luxo. 

Ontem vi na TV um grupo de crianças que foi passar uma semana num local onde era proibido levar celular, tablet ou IPad, e a primeira reação das crianças foi de absoluta "síndrome de abstinência". Só começaram a achar graça no programa depois de 2 dias de atividades intensas. É isso, para não enfrentarem um bando de "viciados" na maquininha os coordenadores do grupo tiveram que bolar atividades sequenciais. A turma só parava para comer, tomar banho e dormir. Acabaram confessando que adoraram a experiência.

Somos escravos dos vícios que trazem prazer (aliás um vício sempre traz prazer, por isso vira vício) e abrir mão disso gera um desastre em nossas almas!


terça-feira, 5 de janeiro de 2016

ENQUANTO AINDA ESTOU POR AQUI






Tem me chegado a memória frequentemente, nesses últimos meses, fiapos de vivências passadas, quase sempre fatos acontecidos em Santos, lugar onde nasci e vivi por 23 anos. Fiquei encafifada com isso, já que todo o período passado depois do casamento parece que foi apagado com uma borracha poderosa e se nega a fazer visitas à minha mente e aos meus sonhos (só tenho a agradecer por isso).

Acredito que seja porque estou me preparando espiritualmente para deixar o plano físico, então há uma viagem de volta a locais e pessoas que por uma ou outra razão fizeram parte importante de minha vida, e que na época  não adivinhei o quanto iam deixar saudades.

O mistério do que nos aguarda depois da morte é mais  instigante do que aparentemente supomos, já que há uma tendência universal para se temer deixar a vida terrena e mergulhar no desconhecido. Mas à medida em que aceitamos que justamente por não sabermos de nada, nem ao menos se tudo continua, percebo que  há uma liberdade de escolha que pode perfeitamente ser parte do que vamos levar para o outro plano.

Eu já sei o que escolhi e isso me enche de alegria, caso possa se concretizar. E se tudo acabar mesmo, - pufff,-  não há problema algum, já que lá não estaremos para lamentar.

Só sinto cada vez mais que viemos aqui apenas para conhecer o que é o AMOR. O amor verdadeiro, incondicional, generoso, silencioso, sem alardes, que se pode exercitar diariamente, A escola da vida é um aprendizado, onde vamos depositando pequenas parcelas numa conta metafísica, fazendo um tipo de aplicação financeira espiritual. Dependendo do saldo que acumularmos durante esta vida teremos alguma chance de prosseguir com maior velocidade na escalada dessa montanha misteriosa chamada EVOLUÇÃO.  

Sei que estou ficando chata e repetitiva, mas é o que tenho para expressar no meu blog no momento atual. Escrevo mais para mim, é uma forma de conversar com meu amigo espiritual, invisível, que está sempre me dando forças.